quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

... nascido!

Passam 100 anos sobre o nascimento de um poeta, historiador das ciências, pedagogo, fotógrafo…
Na poesia, como na ciência, como na vida, sempre foi simples.
É este o mote que me fez referir aqui, António Gedeão, ou melhor, Rómulo de Carvalho: a simplicidade que, neste caso, se cruza com genialidade.
O objectivasubjectiva não podia deixar passar este momento em branco.
Tinha de lhe dar uma pincelada de cor ou mesmo de preto e branco e em positivo, tipo slide, tanto faz, desde que o possa enaltecer...
António Gedeão ou Rómulo de Carvalho, conforme queiram, é meu inspirador.
É um autêntico compêndio de filosofia de vida.
Não vou escrever muito mais.
Apenas referir que ontem, terça-feira, a Antena 1, me lembrou logo pela manhã, de um dos mais belos poemas intemporais e indispensáveis a qualquer ser humano que sinta que a liberdade e a condição de vida seja o seu maior tesouro: fala de um homem nascido.
As minhas fotografias são menores e a António Gedeão não acrescentam nada.
De qualquer forma aqui deixo umas imagens que também podem falar de um homem nascido.
Um qualquer de nós, assim vocês também considerem.
Obrigado.
Convido a visita ao seu sitio (ou outros) para a sua redescoberta: http://www.romulodecarvalho.net/



http://www.youtube.com/watch?v=kBEyC4UJYts
A música é de José Niza. A letra é de António Gedeão. As versões são muitas desde Adriano Correia de Oliveira a Samuel... escolha a que melhor lhe sabe e lhe transmite esta ... simplicidade :)

Venho da terra assombrada
do ventre de minha mãe
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém

Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci

Trago boca pra comer
e olhos pra desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr

Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada

Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham

Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu

Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar

1 comentário:

  1. Obrigado pelo momento. É sempre bom recordar esta grande pessoa. E pelas fotos. Quando for fotografo, quero saber tirá-las assim.
    Abraço e Boas Festas.

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