terça-feira, 29 de setembro de 2009

Ver para querer II

Ainda e sobre manipulação de imagem, lembrei-me de que tinha guardado a capa e uma página do interior da revista ÚNICA, do Expresso, no mês de Novembro de 2005. Foi uma surpresa para mim que um jornal de referência que me tinha habituado ao melhor fotojornalismo, pudesse publicar uma fotografia assim, deliberadamente photoshopada. E mais estranho ainda porque a revista faz parte do “pacote”, isto é, não é vendida separadamente, o que quer dizer que não estava em competição com as revistas “cor-de-rosa”, essas sim frequentemente a usar tal expediente digital para sobreviverem. A entrevista era com Alexandra Lencastre. Vendo a capa, reparei que a actriz ainda estava muito bem conservada. Lá por dentro uma outra foto muito idêntica à da capa mas… sem grandes manipulações. Para que não haja dúvidas aqui ficam as duas imagens, a da capa e a do interior. Veja você as diferenças. Até lhe retiraram o sinal natural que esta actriz sempre mostrou, no lábio superior, junto ao nariz. Em nenhum lado havia referência ao retoque digital feito para a capa da revista. Não registei o autor das fotos mas para isto também não interessa. Não creio que tenha sido ele a fazer tal trabalho.

domingo, 27 de setembro de 2009

sábado, 26 de setembro de 2009

Ver para querer?

Com a democratização da fotografia e a proliferação de softwares de tratamento e manipulação de imagens, atravessamos um momento na fotografia em que a única preocupação é saber se determinada fotografia reflecte alguma realidade ou se é apenas… ficção. A fotografia já não está a cumprir o papel que ao longo dos seus 160 anos de existência lhe era atribuído. Esta transformação está a preocupar muitos sociólogos, historiadores e defensores do papel que a fotografia antes desempenhara. E a preocupação está a chegar à classe política. 50 deputados franceses pretendem ver aprovada uma lei que obrigue as publicações a identificar as fotografias onde pelo menos a aparência corporal foi retocada. Pretendem combater alguns estereótipos que podem estar na origem da anorexia, por exemplo. Esta medida baseia-se em estudos que indicam que os jovens não distinguem ainda a ficção da realidade. Não pretendendo limitar a criatividade de fotógrafos e dos agentes de publicidade, apenas pretende esta medida aliviar a pressão de “perfeito”. Segundo a proposta deste grupo de deputados as fotografias manipuladas e/ou retocadas terão de mencionar “fotografia retocada com o objectivo de modificar a aparência corporal de uma pessoa”. Mas esta proposta vai mais longe. Pretende também contemplar as embalagens de produtos e as campanhas publicitárias políticas. Sobre o assunto recomendo a excelente crónica “pano para mangas” que João Gobern tem na Antena 1. Ouvir, por favor a crónica do dia 24 de Setembro - “A verdade da imagem” neste link: http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?prog=2587 Só por pura curiosidade é capaz o visitante deste blog identificar qual ou quais fotografias abaixo corresponde ao que eu fotografei ? Será que os homens se cruzaram? Será que fui eu que "decidi" esse cruzamento? Será que eles se cruzaram e eu "menti" sobre o que vi?

domingo, 13 de setembro de 2009

Castelo de Almourol

Uma visita, num domingo vulgar, ao Castelo de Almourol.

sábado, 5 de setembro de 2009

Fotojornalismo mais pobre

Talvez sejam os últimos resistentes do jornalismo empenhado, de causas. Que leva um fotojornalista a viver 4 anos em El Salvador no meio de um gang de droga para ser morto numa emboscada? Só pode ser espírito de missão e uma atitude de total entrega ao trabalho. Ontem o momento em que JeanFrancois- Leroy, director do Visa Pour L`Image, anunciava a morte do fotógrafo e realizador Cristian Pavaudet no El salvador, foi recebido com um longo silêncio, entre as cerca de 4 mil pessoas que estavam no auditório ao ar livre, na sessão noturna. Tinha estado o ano passado aqui com Pavaudet e as suas fotografias impressionavam pelo envolvimento, coragem e capacidade de mostrar. O fotógrafo de imprensa é um dos alvos a abater quando os conflitos se agudizam, por ser ele o mensageiro inconveniente e credível(…). Luíz Carvalho, fotografo do expresso no blogue Instante fatal O filme de Cristian Pavaudet assassinado em El salvador Não perder as fotos

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Convite para um passeio

Tente o leitor dar umas voltas pela Vila do Sardoal e passe pela Tapada do Américo, ali mesmo ao lado do Cabode. Lembra-se de lá ver o equipamento para a recolha selectiva de resíduos? Ia lá sempre cumprir um dos nossos deveres de cidadania: contribuir para que a reciclagem aumente e evite ainda mais a destruição do nosso planeta. Agora, nesse local está apenas um contentor para a recolha de lixo doméstico. E… uma lixeira mesmo ao lado. Não compreendo como é que alguém tendo ali um contentor, mesmo à porta do Jardim de Infância, onde passam dezenas de crianças diariamente e, com o equipamento de recolha selectiva a 20 metros mais abaixo, possa deitar ali o que bem lhe apetecer. Então a proposta que faço é que passe por lá. E já agora faça o mesmo exercício que eu quando vejo uma cena dessas: procure indícios dos detractores: cartas, papeis, facturas, etc. Vai ver que apanha algumas surpresas porque muita dessa gente é tão respeitadora que nem se importam que o nome e a morada deles ande ali no ar, ao sabor do vento.

A Bandeira

A palavra Bandeira pode significar o símbolo de uma nação, corporação, partido, regimento, etc, entre outros. Mas também pode ser referida como Ideia ou Divisa que serve de guia a um partido ou a um grupo, entre outros. É do conhecimento de todos que a Bandeira Nacional, por exemplo, foi utilizada nas várias manifestações futebolísticas, desde que Scolari fez o apelo à sua utilização. Manifestava a nossa entrega à causa (neste caso o futebol). Mas também toda a gente viu o fim que muitas e muitas dessas bandeiras tiveram: ainda se encontram por aí algumas hasteadas que nos fazem corar de vergonha pelo seu estado de conservação. Afinal uma Bandeira serve para quê? Se a população em geral trata mal os seus símbolos, as organizações e os partidos, por exemplo também o podem fazer. Afinal também fazem parte dessa comunidade. Ou não? Talvez. As campanhas eleitorais, por exemplo trazem sempre coisas novas feitas de frases batidas como “competência”, “responsabilidade”ou “profissionalismo”, (muitas vezes associadas a pessoas que nos fazem rir a bandeiras despregadas). E quando muitos desses partidos (aqui e em qualquer lugar por onde tenho passado ultimamente) não estão no poder então a palavra MUDAR e MUDANÇA são as palavras mais repetidas. ( Veja esta delicia ) . Mas o que é que a Bandeira do inicio deste post e a Mudança aqui bem no final têm a ver com isto tudo? Nada ou tudo. Depende do olhar e da opinião de cada um. Por exemplo depois de ver para aí apregoada tanta competência, tanta responsabilidade e tanto profissionalismo interrogo-me porque é que os rostos da mudança ainda não repararam que a sua Bandeira precisa ser mudada há algum tempo?