segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Poço da Morte

Lembro-me ainda de o ter visto, pela ultima vez, em Abrantes.

Já lá vão muito anos. Certamente mais de duas décadas e meia.

Mas no domingo passado, numa visita á Feira de Santa Iria em Tomar e lá mesmo no fim do recinto, no final de todos os outros divertimentos em que experimentamos sensações ao vivo, subindo e descendo um carril a alta velocidade ou nos tradicionais carrinhos de choque, lá estava ele, o Poço da Morte.

Aproximei-me e olhei aquela moto sobre três rolos, que serve de chamariz para as pessoas. Foi como que um flashback.

Num ímpeto estava a comprar os bilhetes para subir lá acima, ao topo do poço.

Foi rápido. Num instante estávamos lá em cima a olhar para o interior daquela frágil estrutura em madeira, com duas motos lá no fundo, misturadas com várias embalagens de combustível e óleos parcialmente iluminados por uma rampa do poço que estava aberta e que servia de entrada e saída dos "artistas".

E eu, regressava assim, ao mundo da fantasia...

Por curiosidade o senhor mais velho que também arrisca a vida numa das motos e que anda várias voltas com o rosto tapado com uma bandeira portuguesa e com as mãos no ar tem... 81 anos.

Em ar de final de post e depois de ouvir as noticias na TV sobre a situação do nosso país e o que significa ser português... começo a pensar que "mais vale o Poço da Morte que tal sorte!"...

(Obrigado Sérgio Godinho pela inspiração para este final)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A azeitona tarda a chegar

Enquanto a azeitona tarda, deixo aqui algumas fotografias do Lagar de Valhascos, captadas em 2003. Actualmente este lagar está servido de equipamento do mais moderno que há. Estas fotografias foram captadas ainda em formato jpeg e com a máquina com que costumo andar sempre tipo bloco de notas, a velhinha Minolta A1.

sábado, 9 de outubro de 2010

A Chuva

Há gente que fica na história 
Da história da gente (...)
Há dias que marcam a alma
E a vida da gente (...)

A autoria desta música é de Jorge Fernando.
Mas foram o Mário Cravo e a Patrícia Cravo, (PIANOVOX), que me lembraram intensamente desta chuva, ontem, a fechar os trabalhos do seminário do Projecto Redes do Tejo, que decorreu durante todo o dia no Centro Cultural Gil Vicente.
Cá fora a chuva caia mesmo e pude senti-la com a mesma intensidade com que a tinha ouvido lá dentro.

CHUVA de Jorge Fernando As coisas vulgares que há na vida Não deixam saudade Só as lembranças que doem Ou fazem sorrir Há gente que fica na história Da história da gente E outras de quem nem o nome Lembramos ouvir São emoções que dão vida À saudade que trago Aquelas que tive contigo E acabei por perder Há dias que marcam a alma E a vida da gente E aquele em que tu me deixaste Não posso esquecer A chuva molhava – me o rosto Gelado e cansado As ruas que a cidade tinha Já eu percorrera Ai, meu choro de moça perdida Gritava à cidade Que o fogo do amor sob a chuva Há instantes morrera A chuva ouviu e calou Meu segredo à cidade e eis que ela bate no vidro Trazendo a saudade

terça-feira, 5 de outubro de 2010

100 anos de Re-publica...

Uma das grandes bandeiras da República era a educação.

Só com um povo com alto grau de escolarização e educação, Portugal poderia vingar.

E a educação não é só a escola.

É o cultivar das relações familiares, do gosto pelas nossas tradições, da liberdade de podermos pensar livremente.

Do culto de uma boa e salutar discussão de ideias, sem preconceitos ou medos "sociais".

100 anos depois será que esta bandeira da educação poderá continuar a ser hasteada?

Os jovens actualmente estão a receber da sociedade e sobretudo das instituições competentes, essa preocupação?

Não. Não estão.

Nem nós, os pais.

Este trabalho é uma reflexão sobre isso mesmo.

Quais as referências que estamos a dar as gerações que nos vêm substituir nos comandos deste país?

(Trabalho fotográfico realizado com a cumplicidade de Francisco Sousa)

(Qualquer semelhança entre esta fotografia e a realidade é pura coincidência)