domingo, 4 de maio de 2014

A arte

Fantástica crónica de José Tolentino Mendonça na revista do expresso deste fim de semana.
É sobre arte. E sobre a mãe, hoje que se comemora o seu dia.

Diz ele que o valor da arte (e por vezes o seu significado) está dependente do dinheiro que alguém esteja disposto a pagar. Os objetos artísticos tornaram-se mercadoria e entram num circuito como qualquer ramo do comércio.

Isto tudo porque o fotografo Tatsumi Orimoto decidiu que o seu dever e a sua arte passariam a ser uma coisa apenas: cuidar da sua mãe, que sofre de depressão e Alzheimer.
Surge assim o projeto Art Mama, onde reflete sobre a maternidade, a doença, os laços familiares e sobre as formas de relação com a alteridade, que é quando o outro está perdido nos labirintos da dor e da memória.

A relação do mercado da arte com este projeto, é que Orimoto desenvolve uma arte profundamente critica em relação às prioridades, aos cânones de beleza e aos modelos de felicidade contemporâneos.

Nas suas fotografias, diz Tolentino, "ele dá a ver o mundo dos idosos, esse humaníssimo mundo onde os direitos são relativizados e sobre o qual recaiu uma condenação de invisibilidade. A metáfora visual que os seus rostos desprotegidos desenham recoloca-nos perante as perguntas essenciais. E a verdade é que precisamos mais de uma arte que (nos) faça perguntas do que uma industria para decorar paredes."

Mais sobre este projeto AQUI ou AQUI




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