sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Esperança perdida?

Não gosto desta campanha!
Não pelos motivos (infelizmente) que a fazem aparecer, mas pelo seu conteúdo.
Ou melhor, pela falta dele.
A ESPERANÇA nunca, mas nunca, deveria ser envolvida numa campanha deste tipo e com estes propósitos.
Aqui, este apelo assume uma atitude passiva. Mas para este problema precisamos de atitudes... ATIVAS.


A esperança é a única bóia, a única forma, a única alternativa, a única motivação, a única “verdade” em que precisamos acreditar quando alguma coisa nos diz que há problema. Mesmo que tenhamos de considerar a possibilidade de não haver solução imediata.
Não considero a esperança como um refúgio, um recurso, uma forma de minimizar estragos, antes considero-a como uma forma de chegar a algum sítio, a algum estado, a alguma conclusão.
A um estado superior.

E a esperança não pode ser considerada uma tentativa. Tem de ser uma certeza.

E onde falha esta campanha contra a violência doméstica?
Falha na sua essência. A violência doméstica é uma questão cultural.
Esta campanha falha porque o problema é a falta de instrução, de educação.

Falha pela (in)cultura de um povo. De uma comunidade. De um país.
E isso não se combate apelando à "perda de esperança".
A única forma de minimizar e combater estes estados sociais doentios é investir na formação, na educação, na cultura.
E nesse caminho o que estamos a fazer?
Estamos a “cortar” o acesso á educação, ao ensino superior, ao saber…
Assim, mesmo fazendo as “melhores”(?) campanhas de sensibilização do mundo, investindo o “nosso” dinheiro pagando a essas agências que vão fazendo esses “favores” (dizendo que assim é possível) duvido que consigamos obter alguns resultados positivos. Ao desinvestirmos na formação, na educação, na evolução do pensamento, nunca conseguiremos descer os números negros das nossas estatísticas.

Esperança, tenho eu e muitos de nós que temos a obrigação de acreditar que, um dia,  este país, ainda vai ter isso em consideração e que vai finalmente encontrar o seu rumo. Tenho dois filhos e incentivo-os a sair de Portugal.
Mas isso é também o que está a fazer o “nosso” Instituto do Emprego e Formação Profissional….

Afinal a esperança existe mesmo ou é utopia?


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