quarta-feira, 15 de abril de 2009

Mais duas mortes…

Ontem morreu um casal quando tentava atravessar, de automóvel, a estrada N2 no perigoso cruzamento do Pisco. Vinham de Entrevinhas para o Sardoal. Uma viatura que circulava na N2 colheu-os de forma irremediável. Uma das coisas que me faz confusão é que, devido à perigosidade daquele local e depois de várias pressões lá se conseguiu que o IEP colocasse lá uns semáforos. Mas há meses e meses que não funcionam (talvez mais de uma ano). Têm estado em pisca-pisca amarelo sem que ninguém se importe com o facto. Hoje passei por lá para fotografar o local. E até o ditado popular “depois da casa assaltada, trancas na porta” que reflecte um pouco a nossa mentalidade de andar a “reboque” das desgraças em vez de preveni-las, deixou de ser seguido à letra. Os semáforos lá continuam, no seu pisca-pisca amarelo habitual, como se nada se tivesse passado. Quantas mais vidas serão precisas sacrificar para que este problema se resolva? No fim de semana passado a comunicação social referia os números da operação Páscoa que eram emanados pela “estatística governamental” com algum tom de consolo (de quem trabalhou para isso): o número de mortes era inferior ao registado no mesmo período do ano passado. Mas ninguém ligou ao maior número de acidentes em relação ao mesmo período, que aumentou significativamente, agravado pelo facto de eventualmente, haver menor número de viaturas a circular em relação ao ano passado, como também tem sido avançado pela comunicação social, devido à crescente crise que nos tem assolado. Não há mais mortes na estrada porque os automóveis estão mais seguros e aguentam outro tipo de embates que antes davam quase “morte certa”. Isto só reflecte que estamos a conduzir cada vez pior, com menos civismo, desrespeitando o código da estrada, mais excesso de velocidade e com menor atenção ao que estamos a fazer. E no caso deste acidente, vendo as condições em que se deu, uma coisa é certa: com semáforos ou sem semáforos, ninguém respeita os limites de velocidade indicados pela sinalização vertical, existente antes do cruzamento: 50 km/h. A esta velocidade e apesar da visibilidade ser má, estou em crer que o condutor que embateu na viatura que atravessava a N2, teria tempo mais que suficiente para reagir sem grandes aparatos de manobras de imobilização da sua viatura, se seguisse... a 50 km/h.

4 comentários:

  1. Estão excelentes estas suas Reportagens PAULO!
    Sinceros Parabéns.
    Obrigado pelas palavras que me dedicou.
    Fala quem sabe!
    Obrigado mais uma vez
    Abç
    G.J.

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  2. Excelentes fotos. Parabéns.
    Si tú quieres, puedes pasar por mi blog, quizá te guste oír "Lejos de Lisboa" cantada por mi y ver las fotografías que Gaspar de Jesús, fotógrafo portugués, me ha cedido para esta entrada.
    Un saludo,

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  3. Eu passo vezes sem conta neste cruzamente e sempre com um medo tão grande que me leva a ter "raiva dos agentes" da EP. Não estou certo de há quanto tempo os semáforos estão intermitentes, mas certamente que há muitos e muitos meses. Infelizmente é preciso haver duas mortes para que se faça alguma coisa. Aliás, a ver vamos, se fazem alguma coisa!

    Abraço Paulo
    André Lopes

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  4. Lamentável. Explicas-te tudo o que foi necessário. Talvez seja preciso morrer alguém conhecido nos meios de comunicação, para que a situação se resolva ed forma definitiva.
    Abraços.

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